sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Qual é o estado físico do fogo?

Certa vez me deparei com uma pergunta de um colega de classe, a qual se referia em qual estado físico esta o fogo. Diante dessa pergunta posto a resposta a todos aqueles que tinham essa duvida.


Nenhum. Como o fogo não é formado por matéria, ele não pode ser encaixado em nenhum estado físico. Apesar de vermos e sentirmos a chama, ela é só energia. O fogo pega na madeira, por exemplo, quando ela ultrapassa os 260 °C. Nessa temperatura, as moléculas da madeira se quebram em átomos, que se unem ao oxigênio do ar e formam moléculas de água.
O nascimento do H2O aparece para nós em forma de chamas. Isso porque a energia que cabe nas moléculas de água é menor que a liberada pela madeira. Então, o que sobra da reação vira luz e calor - ou melhor, fogo. Existe um certo folclore em relação ao suposto estado físico das chamas. Livros não-científicos já apontaram que o fogo pertence ao quarto estado da matéria, o plasma. Não é verdade. "Esse estado ocorre quando um gás se torna uma nuvem de núcleos atômicos e elétrons, separados uns dos outros", diz o químico Flávio Maron Vichi, da USP. Como essas partículas (núcleos e elétrons) sempre aparecem juntas em gases, sólidos e líquidos, o plasma é considerado um estado à parte. Em geral, ele ocorre em estrelas, a temperaturas de milhões de graus Celsius.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Um dragão em minha garagem

– Um dragão que cospe fogo pelas ventas vive na minha garagem.
Suponhamos (estou seguindo uma abordagem de terapia de grupo proposta pelo psicólogo Richard Franklin) que eu lhe faça seriamente essa afirmação. Com certeza você iria querer verificá-la, ver por si mesmo. São inumeráveis as histórias de dragões no decorrer dos séculos, mas não há evidências reais. Que oportunidade!
– Mostre-me – você diz. Eu o levo até a minha garagem. Você olha para dentro e vê uma escada de mão, latas de tinta vazias, um velho triciclo, mas nada de dragão.
– Onde está o dragão? – você pergunta.
– Oh, está ali – respondo, acenando vagamente. – Esqueci de lhe dizer que é um dragão invisível.
Você propõe espalhar farinha no chão da garagem para tornar visíveis as pegadas do dragão.
– Boa idéia – digo eu –, mas esse dragão flutua no ar.
Então você quer usar um sensor infravermelho para detectar o fogo invisível.
– Boa idéia, mas o fogo invisível é também desprovido de calor.
Você quer borrifar o dragão com tinta para tomá-lo visível.
– Boa idéia, só que é um dragão incorpóreo e a tinta não vai aderir.
E assim por diante. Eu me oponho a todo teste físico que você propõe com uma explicação especial de por que não vai funcionar.

Ora, qual é a diferença entre um dragão invisível, incorpóreo, flutuante, que cospe fogo atérmico, e um dragão inexistente? Se não há como refutar a minha afirmação, se nenhum experimento concebível vale contra ela, o que significa dizer que o meu dragão existe? A sua incapacidade de invalidar a minha hipótese não é absolutamente a mesma coisa que provar a veracidade dela. Alegações que não podem ser testadas, afirmações imunes a refutações não possuem caráter verídico, seja qual for o valor que possam ter por nos inspirar ou estimular nosso sentimento de admiração. O que estou pedindo a você é tão-somente que, em face da ausência de evidências, acredite na minha palavra.

A única coisa que você realmente descobriu com a minha insistência de que há um dragão na minha garagem é que algo estranho está se passando na minha mente. Você se perguntaria, já que nenhum teste físico se aplica, o que me fez acreditar nisso. A possibilidade de que foi sonho ou alucinação passaria certamente pela sua cabeça. Mas, nesse caso, por que eu levo a história tão a sério? Talvez eu precise de ajuda. Pelo menos, talvez eu tenha subestimado seriamente a falibilidade humana.

Apesar de nenhum dos testes ter funcionado, imagine que você queira ser escrupulosamente liberal. Você não rejeita de imediato a noção de que há um dragão que cospe fogo na minha garagem. Apenas deixa a idéia cozinhando em banho-maria. As evidências presentes são fortemente contrárias a ela, mas, se surgirem novos dados, você está pronto a examiná-los para ver se são convincentes. Decerto não é correto de minha parte ficar ofendido por não acreditarem em mim; ou criticá-lo por ser chato e sem imaginação – só porque você apresentou o veredicto escocês de “não comprovado”.

Imagine que as coisas tivessem acontecido de outra maneira. O dragão é invisível, certo, mas aparecem pegadas na farinha enquanto você observa. O seu detector infravermelho lê dados fora da escala. A tinta borrifada revela um espinhaço denteado oscilando à sua frente. Por mais cético que você pudesse ser a respeito da existência dos dragões – ainda mais dragões invisíveis –, teria de reconhecer que existe alguma coisa no ar, e que de forma preliminar ela é compatível com um dragão invisível que cospe fogo pelas ventas.
Agora outro roteiro: vamos supor que não seja apenas eu. Vamos supor que vários conhecidos seus, inclusive pessoas que você tem certeza de que não se conhecem, lhe dizem que há dragões nas suas garagens – mas, em todos os casos, a evidência é enlouquecedoramente impalpável. Todos nós admitimos nossa perturbação quando ficamos tomados por uma convicção tão estranha e tão mal sustentada pela evidência física. Nenhum de nós é lunático. Especulamos sobre o que isso significaria, caso dragões invisíveis estivessem realmente se escondendo nas garagens em todo o mundo, e nós, humanos, só agora estivéssemos percebendo. Eu gostaria que não fosse verdade, acredite. Mas talvez todos aqueles antigos mitos europeus e chineses sobre dragões não fossem mitos afinal…

Motivo de satisfação, algumas pegadas compatíveis com o tamanho de um dragão são agora noticiadas. Mas elas nunca surgem quando um cético está observando. Outra explicação se apresenta: sob exame cuidadoso, parece claro que podem ter sido simuladas. Outro crente nos dragões aparece com um dedo queimado e atribui a queimadura a uma rara manifestação física do sopro ardente do animal. Porém, mais uma vez, existem outras possibilidades. Sabemos que há várias maneiras de queimar os dedos além do sopro de dragões invisíveis. Essa “evidência” – por mais importante que seja para os defensores da existência do dragão – está longe de ser convincente. De novo, a única abordagem sensata é rejeitar em princípio a hipótese do dragão, manter-se receptivo a futuros dados físicos e perguntar-se qual poderia ser a razão para tantas pessoas aparentemente normais e sensatas partilharem a mesma delusão estranha.

A mágica requer cooperação tácita entre o público e o mágico um abandono do ceticismo, ou o que é às vezes descrito como a suspensão voluntária da descrença. Segue-se imediatamente que, para compreender a mágica, para expor o truque, devemos parar de colaborar.
                                                                     Carl Sagan

Os Guarani-Kaiowá

Um abaixo-assinado divulgado na internet tem sensibilizado internautas a favor dos índios Guaranis Kaiowás, do Mato Grosso do Sul. Até o começo da tarde da quarta-feira (24), mais de 140 mil pessoas haviam assinado o documento, que alerta o "sério risco de  genocídio" da etnia e exige ação urgente do governo Dilma e do governador André Puccinelli "para que impeçam as matanças e junto com elas a extinção desse povo".

Tudo começou quando O Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou a saída das famílias e reintegração de posse da área até sexta-feira (19).Segundo o procurador da República, Marco Antônio Delfino de Almeira, o MPF tentará a revogação da decisão judicial. “Não estamos falando de um processo que começou ontem, mas de uma situação histórica. Por falta de estudos, foram cedidas terras indígenas por meio de títulos a fazendeiros. Isso tem que ser resolvido, é uma questão humanitária gravíssima.”

O documento que recolhe as assinaturas apresenta também uma carta de socorro da comunidade indígena. O relato denuncia a morte de integrantes da comunidade e o desamparo assistencial. "Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram 4 mortos, sendo que 2 morreram por meio de suicídio, 2 em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas". Profundamente afetados pela perda de boa parte de seu território, os indígenas declaram: "já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça Brasileira."

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou nota negando a interpretação dada por veículos noticiosos e comentários em redes sociais de que a carta de socorro indicasse a intenção dos indígenas de realizar um "suicídio coletivo". Segundo a entidade, trata-se da manifestação de resistência. "Eles falam em morte coletiva (o que é diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais abandoná-las", diz a nota.

A carta dos indígenas foi divulgada após a Justiça Federal determinar a saída de cerca de 30 famílias da etnia Guarani Kaiowá da aldeia Passo Piraju, onde viviam há dez anos em Porto Cambira, em Mato Grosso do Sul. A região é disputada por índios e fazendeiros. Em 2002, acordo mediado pelo Ministério Público Federal (MPF) em Dourados destinou 40 hectares da fazenda para a etnia. Porém, o proprietário da área recorreu à Justiça.
Cruzes no gramado da Esplanada dos Ministérios simbolizam índios mortos e ameaçados (Wilson Dias/ABr)
Segundo o Cimi, foram assassinados no país 503 índios entre 2003 e 2011. Do total, mais da metade, 279 são do povo Guarani Kaiowá. Na última sexta-feira (19), cinco mil cruzes foram colocadas no gramado da Esplanada dos Ministérios, próximo ao Congresso Nacional, simbolizando os índios mortos e ameaçados, especialmente os Guaranis Kaiowás, que, de acordo com os organizadores do protesto, é a etnia que mais sofre com a violência fundiária. A manifestação foi organizada por comunidades indígenas e entidades de defesa e também reivindicou a homologação e demarcação das terras.

Saiba mais em: http://www.ebc.com.br/

Você Está Vivendo Dentro de um Computador (ou Vários)

Não tem nada a ver com Matrix. É muito mais sério, e de algum modo um bocado mais perturbador também. Recentemente um trio de físicos colocou um artigo no arXiv entitulado “Vínculos do Universo como uma Simulação Numérica”. O ponto principal é que se nós vivemos em uma simulação numérica vamos poder descobrir isso através de certos experimentos. Mas primeiro, da onde saiu essa idéia?
No melhor do nosso entendimento atual, o universo é descrito, a exceção dos aspectos gravitacionais,  em termos da teoria quântica de campos, que explica como as partículas elementares que constituem a matéria se comportam. Em especial o próton, um dos elementos do núcleo atômico, é feito de 3 quarks ligados por glúons. Para conseguir entender a estrutura do próton em termos dessas partículas elementares o método mais bem sucedido é conhecido como Teoria Quântica de Campos na Rede. Basicamente você pega um supercomputador e nele simula um pedaço pequeno do espaço-tempo, do tamanho de um milionésimo de milionésimo de milímetro. No lugar do espaço contínuo você usa uma rede discreta e coloca os 3 quarks lá, junto com os glúons. Então usa seu programa para simular as interações entre essas coisas, até que no final as partículas se juntam e formam um próton. Conhecendo as propriedades dos quarks e glúons podemos calcular, por exemplo, a massa do próton e ver que bate com a medida do laboratório.
3 quarks (em vermelho, azul e verde) colocados em uma rede são usados como base da simulação que descreve o próton.
Assim podemos usar nosso conhecimento das partículas elementares para entender uma componente do núcleo. A idéia dos rapazes do artigo é a seguinte: ao longo dos últimos anos a capacidade computacional tem crescido violentamente. Extrapolando para o futuro de forma conservadora em 40 anos vamos poder simular um pedaço de espaço-tempo do tamanho de um milonésimo de milímetro (mais ou menos o tamanho de um átomo ou molécula), em 70 anos um milionésimo de metro (uma célula da levedura que faz sua cerveja) e em 130 anos um espaço-tempo de um metro de largura (tipo o tamanho da Maisa, aquela menina do capeta). É claro que vai ser necessário computadores muito mais potentes que os atuais, mas estamos sempre desenvolvendo novas tecnologias.
“Esse computador é pequeno demais para replicar a Maisa e espalhar ela na internet, espero que uma nova variação do Ebola seja suficiente para chantagear os poderes mundiais”
Dr. Evil
Seguindo essa progressão os autores especulam que num futuro muito distante a humanidade teria recursos computacionais tão grandes (embora finitos) que poderia fazer uma simulação do tamanho do universo visível, com direito a planetas, montanhas, pessoas, bactérias e tudo que você está habituado. Partindo só das partículas elementares, do mesmo modo que hoje estudamos o próton. A questão é, se vivemos uma simulação do universo, temos como descobrir?
Felizmente teríamos um monte de indícios. Por exemplo o fato de que o espaço-tempo não seria contínuo, e sim uma rede discreta com um tamanho mínimo, implicaria que os raios cósmicos começariam a se comportar de um modo muito específico quando tivessem energias muito altas. Como nunca vimos esse comportamento significaria que o tamanho da rede é muito menor que a escala de energia desses raios cósmicos. Uma outra evidência viria da reação dos elétrons em um campo magnético. Quando fazemos simulação na rede aparecem alguns problemas quando tentamos colocar férmions, as partículas que fazem a matéria em si, como os elétrons. Tem vários jeitos de contornar, embora não tenha como resolver, esses problemas. Se os nossos simuladores não forem muito espertos e simularem o elétron do jeito mais simples poderíamos em poucos anos ter precisão suficiente para ver um comportamento estranho dos elétrons sujeitos a um campo magnético.
Então o resumo é que se hoje já conseguimos simular coisas como prótons partindo das interações fundamentais é plausível que suficientemente no futuro possamos simular objetos cada vez mais complexos, e eventualmente todo o universo visível. Se você levar esse discurso ao pé da letra então em tese poderíamos nós mesmo ser uma simulação. Ou a simulação de uma simulação que já rodou suficientemente para o futuro. Ou a simulação da simulação da simulação. Cabe notar que isso não teria nada a ver com Matrix, os simuladores em tese não querem controlar nada, eles simulam porque podem e porque querem entender a formação do universo. Por outro lado existe uma outra leitura do artigo, que é a minha particular, baseada em pequenas notas de rodapé ali contidas. Talvez os simuladores sejam apenas uma metáfora, o ponto principal é que estamos buscando a muito tempo um arcabouço teórico que contemple toda a física ao mesmo tempo. Uma alternativa a teorias usuais como String Theory seria que em modo mais fundamental o Universo funciona como um computador, que o espaço-tempo não seja contínuo e que a física procede ao modo de uma simulação numérica, mas sem nenhum simulador.

Fonte: http://truesingularity.wordpress.com/

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A importância da leitura

A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos, de certa forma, lendo - embora, muitas vezes, não nos demos conta.
A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê. Segundo Angela Kleiman, a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos.
Nesse processamento do texto, tornam-se imprescindíveis também alguns conhecimentos prévios do leitor: os linguísticos, que correspondem ao vocabulário e regras da língua e seu uso; os textuais, que englobam o conjunto de noções e conceitos sobre o texto; e os de mundo, que correspondem ao acervo pessoal do leitor. Numa leitura satisfatória, ou seja, na qual a compreensão do que se lê é alcançada, esses diversos tipos de conhecimento estão em interação. Logo, percebemos que a leitura é um processo interativo.
Quando citamos a necessidade do conhecimento prévio de mundo para a compreensão da leitura, podemos inferir o caráter subjetivo que essa atividade assume. Conforme afirma Leonardo Boff,
cada um lê com os olhos que tem. E interpreta onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender o que alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isto faz da leitura sempre um releitura. [...] Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor.
A partir daí, podemos começar a refletir sobre o relacionamento leitor-texto. Já dissemos que ler é, acima de tudo, compreender. Para que isso aconteça, além dos já referidos processamento cognitivo da leitura e conhecimentos prévios necessários a ela, é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura. Ele precisa manter um posicionamento crítico sobre o que lê, não apenas passivo. Quando atende a essa necessidade, o leitor se projeta no texto, levando para dentro dele toda sua vivência pessoal, com suas emoções, expectativas, seus preconceitos etc. É por isso que consegue ser tocado pela leitura.
Assim, o leitor mergulha no texto e se confunde com ele, em busca de seu sentido. Isso é o que afirma Roland Barthes, quando compara o leitor a uma aranha:
[...] o texto se faz, se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo; perdido neste tecido - nessa textura -, o sujeito se desfaz nele, qual uma aranha que se dissolve ela mesma nas secreções construtivas de sua teia.
Dessa forma, o único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor; é ele mesmo quem constrói as imagens acerca do que está lendo. Por isso ela se revela como uma atividade extremamente frutífera e prazerosa. Por meio dela, além de adquimirmos mais conhecimentos e cultura - o que nos fornece maior capacidade de diálogo e nos prepara melhor para atingir às necessidades de um mercado de trabalho exigente -, experimentamos novas experiências, ao conhecermos mais do mundo em que vivemos e também sobre nós mesmos, já que ela nos leva à reflexão.
E refletir, sabemos, é o que permite ao homem abrir as portas de sua percepção. Quando movido por curiosidade, pelo desejo de crescer, o homem se renova constantemente, tornando-se cada dia mais apto a estar no mundo, capaz de compreender até as entrelinhas daquilo que ouve e vê, do sistema em que está inserido. Assim, tem ampliada sua visão de mundo e seu horizonte de expectativas.
Desse modo, a leitura se configura como um poderoso e essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem.
Há entretanto, uma condição para que a leitura seja de fato prazerosa e válida: o desejo do leitor. Como afirma Daniel Pennac, "o verbo ler não suporta o imperativo". Quando transformada em obrigação, a leitura se resume a simples enfado. Para suscitar esse desejo e garantir o prazer da leitura, Pennac prescreve alguns direitos do leitor, como o de escolher o que quer ler, o de reler, o de ler em qualquer lugar, ou, até mesmo, o de não ler. Respeitados esses direitos, o leitor, da mesma forma, passa a respeitar e valorizar a leitura. Está criado, então, um vínculo indissociável. A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da qual ele, por sua vez, não deseja desprender-se.

Leia mais em: http://www.colegiosantamaria.com.br/santamaria/aprenda-mais/artigos/ver.asp?artigo_id=2

A mudança no vocabulário dos jovens

Em 20 anos caiu para mais da metade o número de palavras empregadas pelos jovens para comunicar-se e não são poucos os perigos que encerra esta preocupante realidade. Enquanto na década de 80 o vocabulário de um adolescente era composto por umas mil palavras, na atualidade mal chega a 350 e tudo leva a prever que o processo de deterioração continuará se agravando.

Questões estéticas à parte, o fato mais perigoso desta situação é a estreita vinculação que existe entre o vocabulário e o pensamento, porque o homem pensa com palavras e graças a elas distingue determinadas realidades de outras. Sem palavras espera-nos um empobrecimento gradual do intelecto e, a partir daí, um maior estreitamento mental com sua conseqüente restrição da liberdade do pensamento.

Em parte pela televisão  e pelos computadores, a linguagem está a cada dia mais pobre. Há crianças de lugares marginais que terão um menor vocabulário porque seu meio também emprega poucas palavras e não porque não tenham possibilidades neurológicas ou biológicas. Mas, em geral, um garoto entre os 4 ou 5 anos de idade, assiste TV, vê, escuta e incorpora uma grande quantidade de vocábulos, ao redor de 2.500. Só que nos últimos anos as crianças iniciaram um processo na alteração de sua linguagem, por várias questões que levam à desvalorização da mesma, como por exemplo, utilizar certo tipo de gírias, o uso constante de programas de mensagens de texto ou o chat com suas imbecis abreviações somadas as abreviações americanizadas que muitos nem sabem o que significam.

Como em geral, a linguagem num adolescente, ao redor dos 16 ou 17 anos, é similar à linguagem que ele terá na idade adulta é correto afirmar que passará o resto da sua vida usando somente estas 350 palavras se não tentar incorporar mais. O grande problema é que a incorporação de palavras dificilmente ocorrerá já que outro bom costume está esquecido, o da leitura

 Nós pensamos em palavras, pensamos em linguagem; de forma que a linguagem está diretamente relacionada ao pensamento. Se possuímos uma menor quantidade de linguagem, temos também um pensamento bem mais curto pois a pessoa que não tem um boa bagagem de palavras não conseguirá se expressar bem, então, também não conseguirá pensar direito.

Não é a toa que a cada ano no período pós vestibular apareçam tantas sandices a respeito do assunto na Internet. O vestibulando tem problema para entender as questões apresentadas já que tem grande dificuldade de compreender o que está sendo pedido e termina por escrever grandes besteiras.

Em conclusão, a realidade deixa transluzir nimbos no horizonte das próximas gerações de brasileiros, sobretudo num presente onde já não abundam jovens com capacidade de articular frases simples, dotadas de começo, desenvolvimento e fim, além de reter algo do que leram, entre outros erros que conformam o denominado analfabetismo funcional, um mal de nosso tempo.

Mark Twain e o Cometa Halley



Assim que vi esta imagem, me veio à mente o celebre escritor Mark Twain que  tratou, provavelmente, de uma coincidência – poucas vezes citada por seus vários biógrafos –, que por sinal se repetiu mais uma vez, 76 anos depois da sua morte, ocorrida em 1911.
O criador de personagens como Tom Sawyer, Huckleberry Finn e tantos outros, familiares especialmente aos jovens de várias partes do mundo, nasceu quando o Halley começou a se tornar visível no céu, em fins de 1835. E Mark Twain morreu exatamente 76 anos depois, quando o mesmo cometa passou de novo pelo Sistema Solar.
Mark Twain teve – a exemplo do nosso Machado de Assis – a “vida” como principal escola. Foi forçado pelas circunstâncias a abandonar os estudos muito cedo, aos 12 anos de idade, em consequência da morte do pai. Autodidata, tornou-se, no entanto, um dos mais refinados, hábeis e lidos escritores norte-americanos de todos os tempos.
Sua educação – ele próprio costumava dizer – bem como o seu jeitão afável e bem-humorado, foram forjados na estreita convivência com os barqueiros do Mississippi. São célebres (e geniais) suas “tiradas”, especialmente sobre a importância do dinheiro, citadas, frequentemente, ainda hoje, por escritores, jornalistas e intelectuais de todas as áreas, no seu país e em tantas outras partes do mundo.
Mark Twain, no entanto, não era nem um pouco modesto. Confidenciou, por exemplo, aos amigos, que sua maior ambição na vida era a de ser “a pessoa mais notável do mundo”. Com certeza não chegou a tanto, mas se aproximou bastante disso.
 {Predefinição:Texto imagemMark Twain em 1907

A Tecnologia na vida das pessoas

O século XXI, o século globalizado, tem de novidade as invenções tecnológicas, que tem como percurso simplificar a vida da sociedade. Mas, de todo caso, isso é verídico?
A tecnologia hoje em dia é uma das coisas que facilita muito a vida das pessoas, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, porém, com o auxílio tão próximo e eficaz ao alcance, afastam as pessoas do vínculo social fazendo com que os mesmos esqueçam da vida real e passam a viver no seu mundo virtual.
Um exemplo disso são as crianças, que estão crescendo no habito de utilizar a internet com frequência, ou seja, estão deixando de viver a infância que nós vivemos, que nós sabemos que é boa para o desenvolvimento da criança para viver em um mundo de tecnologia, onde crianças com 5 anos de idade já dominam a linguagem HTML. Isso é bom sim, mas para o desenvolvimento do nosso país, pois teremos crianças cada vez mais inteligentes, mas por outro lado as brincadeiras que toda criança tem que ter na infância ficam cada vez mais esquecidas.
Mas qual é a contribuição que a tecnologia realmente nos dá?
O avanço proporcionado por ela nem sempre é evidente e perceptível, todo pensamento pode ser subvertido. Nesse sentido, toda tecnologia pode ser vítima de abusos. Além do mais, todas as soluções que ela oferece trazem também novos problemas. Mas é preciso observar que, em última instância, a tecnologia amplia as nossas possibilidades de escolha. Em geral, apresenta aos seres humanos outra maneira de pensar sobre algo. Cada invenção permite outra forma de ver a vida. Cada ferramenta, material ou mídia adicional que inventamos oferece à humanidade uma nova maneira de expressar nossos sentimentos e outra forma de testar a verdade, à medida que novas maneiras de expressar a condição humana são criadas, amplia-se o conjunto de pessoas que podem encontrar seu lugar único no mundo.
Contudo, considero que a tecnologia é necessária para o aprimoramento humano, da mesma maneira que a civilização. O mundo da tecnologia e a civilização são a mesma coisa.

 Fonte:www.comunideia.blogspot.com.b